Perfis no Instagram viraram alvos de criminosos que se utilizam de um arsenal de técnicas para ganhar dinheiro. Nesta terça-feira, a jornalista Catherine Moraes, de 32 anos, teve o perfil clonado, e sua foto estava sendo usada como “isca” para atrair e roubar dados pessoais de usuários do Instagram interessados em conteúdo adulto.
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Ao GLOBO, Catherine contou que levou um susto ao descobrir através de um amigo, que um perfil falso estava se passando por ela.
— Um amigo me ligou perguntando: “Catherine, vc criou um perfil novo no Instagram?”. Eu respondi que “não” e perguntei o motivo. Ele disse que apareceu um perfil pedindo para segui-lo, que ele havia achado um pouco estranho, mas que tinha bloqueado, denunciado e que estava me ligando para avisar — relembra a jornalista, que pediu ao amigo que enviasse um print desse perfil falso.
Nos stories do Instagram, os golpistas publicaram foto de Catherine, vídeo e um link que redirecionava aos interessados para um site, que simulava o Privacy — uma rede social de compartilhamento de conteúdo no modelo de assinatura, em que usuários do serviço devem pagar para acessar publicações exclusivas de criadores. Nessa plataforma, o usuário deveria fazer um cadastro com dados pessoais, incluindo dados do cartão de crédito, para ter acesso.
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— Quando eu entrei no site, o baque veio. Tinha o site com meu @ original do Instagram, então, se alguém entrasse naquele site dava pra ver o meu @ certo, tinha um texto convidando as pessoas e três possíveis assinaturas: uma gratuita por tempo limitado e outros dois pacotes de assinaturas pagos, e o golpe é esse. Além do constrangimento que eu estava passando, na hora de cadastrar o cartão de crédito, essas pessoas poderiam ser lesadas, ter o cartão clonado e esses dados compartilhados — afirmou.
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Além de comunicar seus amigos através de sua conta e pedir para que a página fosse denunciada, ela procurou a Delegacia de Crimes Cibernéticos em Goiás, onde fez um registro de ocorrência. Catherine disse ainda que na delegacia foi informada que no mesmo dia, pelo menos 10 vítimas procuraram os agentes para denunciar o mesmo golpe. No entanto, esse caso estava sendo registrado em delegacia comuns e por isso, ela foi encaminhada à 4º DP de Goiânia. O caso foi registrado como “uso falso de identidade”.
— No boletim tem o nome do perfil, o link do site e afins, mas a sensação é de que não há um rastreio por parte da polícia. Senti que o boletim me protegeria caso houvesse um processo, por exemplo, envolvendo cartões de crédito e o golpe, mas não no sentido de retirar as coisas do ar — afirma a Catherine.
Fora do ar
Segundo a jornalista, o site falso e o Wix, plataforma em que os golpistas usaram para hospedar o site, foram denunciados.
Por meio de nota, a plataforma Privacy lamentou as fraudes. “Infelizmente estamos sendo vítimas assim como você dessa fraude, pois estão indevidamente utilizando a nossa marca”, disse o Privacy.
A conta clonada do Instagram saiu do ar, no dia seguinte ao registro de ocorrência. Já o site ainda permaneceu no ar por 48 horas, sendo derrubado na manhã desta quinta-feira.
Fonte Yahoo Noticias